Condenados em Rodeio, pai e filho estão juntos no cárcere; veja um dia na Penitenciária Industrial de Blumenau 4n23m
Nossa equipe de reportagem conheceu a rotina da penitenciária 6u146
Na Penitenciária Industrial de Blumenau estão hoje 1.102 presos, todos já condenados por crimes diversos como roubo, tráfico, estupro e homicídio. 4g262j
O ideal seria que o local fosse ocupado por, no máximo, 837 homens, que é o número de camas que existem nas celas.
O diretor, Luciano Cardoso, explica que o Judiciário estabeleceu o teto de 1.126 vagas para manter o local sob controle.
Cada cela possui oito camas, ou seja, muitos presos dormem em colchões no chão. Para boa parte dos apenados, a rotina consiste em ar 22 horas na cela e 2 em banho de sol.
Diferente do que muita gente pensa, o preso quer trabalhar, mas não tem vaga de trabalho para todos. Hoje, 23% trabalham na unidade, índice que está acima da média nacional que é de 20%”, afirma o diretor.
Atualmente, três empresas montaram linhas de produção dentro da penitenciária.
Os presos produzem, por exemplo, varão de cortina, capas para almofadas e travesseiros e tapetes, entre outros. Pelo trabalho, eles têm direito a um salário, do qual 25% fica com o Estado.
Os outros 75% ficam com o preso, sendo que um quarto é depositado em uma poupança, para quando ele deixar o presídio.
Nossa equipe de reportagem visitou a penitenciária e pôde andar pela unidade para conhecer um pouco da rotina de detentos, policiais penais e pessoas que trabalham na unidade.
A Penitenciária Industrial conta com um moderno body scanner que, através da emissão de baixas doses de raios-X, ‘varrem’ o corpo do visitante, revelando objetos escondidos em roupas ou no corpo.
Por toda a unidade, há centenas de câmeras espalhadas. Tirando as celas, tudo é monitorado 24 horas. Há câmeras, por exemplo, que detectam placas de carros e fazem reconhecimento facial de visitantes.
Os presos fazem as refeições nas celas, são cinco alimentações por dia. A cozinha tem nutricionista detentos autorizados a trabalhar são aqueles que produzem a comida.
No local, conhecemos pai e filho cumprindo pena juntos: Alessandro Marafigo da Rosa, de 25 anos, e Vanderlei da Rosa, de 54.
Os dois foram acusados pelo Ministério Público da morte de Rafael de Oliveira Macedo, ocorrida em Rodeio, em 2020 (clique aqui para ler a denúncia do MP).
Alessandro está preso há mais tempo que o pai e vai sair antes, possivelmente no mês que vem entra para o regime semiaberto.
>>LEIA MAIS: STF proíbe revistas íntimas vexatórias em visitantes de presídios
Os dois trabalham na cozinha e conversaram com a nossa equipe (veja no vídeo abaixo).
Também pudemos acompanhar a visita de estudantes de Direito da FURB e conversar com a professora de Direitos Humanos e Direito Internacional, Wanda Falcão.
Para o diretor da penitenciária, esse relacionamento mais próximo com a comunidade ajuda a quebrar estereótipos e aprofunda o entendimento do sistema penal.
Quando o Estado tira da pessoa o direito de ir e vir, o próprio Estado fica sendo responsável por essa pessoa, em relação à tudo, alimentação, saúde, educação… É preciso entender que esses homens vão vai sair daqui um dia e serão nossos vizinhos. Eles precisam sair recuperados, entendendo que estão ganhando uma nova chance de viver em sociedade”.
O governo de Santa Catarina tem planos de transformar o local onde fica o presídio em um grande complexo, com a construção de novas unidades.
O projeto está orçado em R$ 263 milhões e o governo pretende tirar do papel a partir de uma Parceria Público Privada. Leia mais sofre o projeto clicando aqui.
Confira a entrevista completa abaixo!