O que tem de verdade (e de mentira) na polêmica dos banheiros envolvendo os escoteiros 5t403
O MistuCast recebeu os chefes Everton e Giovani, do Purpurata, de Timbó 6mr1w
Recentemente, a União dos Escoteiros do Brasil (UEB) divulgou que o sexo biológico não seria mais o único critério para divisão de espaços íntimos nos acampamentos dos escoteiros. 5f5034
Canais de comunicação se apressaram em dar a notícia levando o público a entender que a instituição centenária aria a dividir barracas e banheiros por gênero, e não pelo sexo biológico.
Ou seja, uma mulher trans, por exemplo, que nasceu com o sexo biológico masculino, mas se identifica com o gênero feminino, poderia usar os banheiros femininos e dormir com as meninas nas barracas.
Mas não é nada disso.
Para esclarecer a polêmica, o MistuCast recebeu no estúdio os chefes Everton e Giovani, do Grupo Escoteiro Purpurata, de Timbó.
Everton explicou que a divisão dos espaços íntimos nos escoteiros (banheiros e barracas) continuará como sempre foi: entre adultos e jovens, meninos e meninas, homens e mulheres. 3m6o1n
O que a UEB fez a, partir da Política de Diversidade e Inclusão, é “considerar as necessidades específicas dos participantes, oferecendo opções que evitem constrangimentos e assegurem o bem-estar de todos”.
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Na prática, segundo Everton, se uma pessoa trans (adulto ou criança) se juntar ao grupo, será construída com ela (e sua família) uma alternativa, que pode ser uma barraca e um banheiro individual. n4e38
Ele destaca que é preciso equilibrar essa equação: respeitar a identidade de gênero de cada um, acolher de forma segura e também considerar o conforto e segurança do restante do grupo.
Após a polêmica, a UEB atualizou o parágrafo que causou confusão para a seguinte redação:
Uso de espaços comuns – Compreendemos que, além de manter banheiros e barracas separados para adultos e jovens, meninos e meninas, homens e mulheres, é importante oferecer espaços que respeitem a identidade de gênero de todos os participantes. Dessa forma, buscamos garantir que cada pessoa se sinta acolhida e confortável. Para isso, é essencial promover o diálogo entre aqueles que utilizarão esses espaços e seus familiares ou responsáveis (no caso de crianças e adolescentes), a fim de resolver possíveis imes e garantir um ambiente de respeito e inclusão. Em atividades e eventos, devemos considerar as necessidades específicas dos participantes, oferecendo opções que evitem constrangimentos e assegurem o bem-estar de todos.
Everton diz ainda que se um integrante não aceitar a inclusão de uma pessoa trans, ele terá a opção de trabalhar o preconceito, procurar uma alternativa dentro do grupo ( como, por exemplo, atuar dentro de outra seção) ou, em último caso, deixar o grupo.
Uma vez que o respeito, à inclusão e a valorização da diversidade são princípios fundamentais do escotismo.
Giovani lamentou a repercussão negativa para o escotismo, um movimento de educação tão importante, que ajuda os jovens a se desenvolverem como cidadãos e a construir um mundo melhor.
Confira abaixo a entrevista completa.